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Alguns exemplos...
A princesa e seu marido
Uma princesa chamava seu marido de àwé (amigo), e se recusava a chamá-lo de bàbá (pai), que era a forma tradicional de se chamar os maridos naquela localidade. O marido, aborrecido, levou-a para uma floresta e transformou-se em cobra.
Não se importando, ela continuou a chamá-lo de àwé. Em seguida ele se transformou num leopardo, mas ela não teve medo. depois ele se transformou num rio profundo, mas ela continuou a chamá-lo de àwé. Quando ele se transformou em fogo e começou a cercá-la, ela finalmente gritou: “Bàbá! Bàbá!”, em obediência ao que ele queria.
Onidere
Havia um órfão chamado Onidere que era muito maltratado pelo homem que tomava conta dele. Comia muito pouco, era obrigado a trabalhar muito, a apanhava demais.
O menino aturava tudo com paciência, mas a antipatia do homem transformou-se em ódio, e ele ordenou a Onidere que fosse à floresta e trouxesse ma víbora viva, cultivasse uma terra inculta e pedregosa, e trouxesse a morte, do lugar onde ela mora.
Antes de desempenhar as tarefas o órfão foi até ao lugar onde sua mãe estava enterrada, e evocou seu espírito, cantando uma canção triste. O espírito da mãe deu-lhe poder para desempenhar as três tarefas, e no fim ele ganhou a liberdade.
Mafúèlè
Mafúèlè era uma mulher que sofria de uma malformação congênita e não possuía dentes. Mesmo assim era a esposa favorita de seu marido. As outras esposas, com inveja, armaram um plano para derrubá-la.
Naquela cidade havia o costume de todos os anos sacrificar uma pessoa deformada, na festa da divindade local.
Aproveitando uma longa viagem do marido, as outras esposas convenceram o sacerdote a sacrificar Mafúèlè no dia da festa, já que ela não tinha dentes.
Na véspera da festa a mãe de Mafúèlè - que já era morta, apareceu para ela e fez seus dentes crescerem instantaneamente. Assim ela foi salva da morte pelo espírito da mãe, e as invejosas foram decapitadas por terem enganado o sacerdote.
Almeida, Maria Inez Couto de.Cultura Iorubá: costumes e tradições - Ifatosin. – Rio de Janeiro: Dialogarts, 2006. 173 p. – (Coleção Em Questão virtual, nº 1)
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